Assunto em pauta nos últimos dias, muitas notícias sobre o coronavírus, e você deve ter ouvido falar sobre o hospital construído em 10 dias.

Como o assunto é fascinante para nós, quisemos saber mais informações. Prazos concluídos com sucesso têm sido um dos nossos maiores diferenciais, por isso ficamos curiosos para saber como essa obra aconteceu e em tão pouco tempo. O que ela tinha de tão diferente?

Acompanhamos as notícias e trouxemos alguns dados para dividir com vocês.

O Hospital Huoshenshan, na cidade de Wuhan, tem 25 mil metros quadrados e capacidade para mais de 1000 leitos. A construção foi televisionada em tempo real, por uma TV estatal chinesa, e acompanhada por mais de 40 milhões de pessoas.

Havia muita mão-de-obra disponível para essa construção e foram usadas peças pré-fabricadas em quase toda a obra. O projeto foi feito muito rápido, com uma adaptação ao local que já existia e que foi construído em 2003, por conta da epidemia de Sars.

Um fato importante e que facilitou a rapidez das ações foi que, apesar do direito à propriedade privada já ser comum no país desde a década de 80, a propriedade dos terrenos construídos é sempre pública, ou seja, continua pertencendo ao governo da China. Isso facilitou o direcionamento de pessoas para o trabalho, apenas pagando indenizações. Assim, ficou mais fácil conseguir todas as liberações para uma grande obra como essa.

Contudo, apesar da saúde na China ser paga, todas as vítimas do Coronavírus poderão ser atendidas sem custo, graças a um acordo entre hospitais chineses e o governo central de Pequin.

Mas, imagine, conduzir uma obra com 4000 pessoas trabalhando em 3 turnos, fazer tudo isso acontecer em 10 dias e garantir que as pessoas estejam entrosadas e trabalhando a todo vapor.

Ficou evidente que um dos segredos para levantar o hospital em tão pouco tempo, foi a combinação estruturada de produtos, processo e gestão. Muitos processos e produtos que seriam feitos no canteiro de obra, foram produzidos fora, em fábricas, e vieram prontos para a montagem rápida e precisa.

Ou seja, foi usado o conceito de “industrialização da obra”, que já traz boa parte da produção pronta. Flávio Picchi, em sua coluna para Época Negócios traz a seguinte análise:

“O produto em si (o edifício, suas paredes, instalações etc.) é concebido, desde o início, pensando também nos processos de fabricação e de montagem. No sistema lean, chamamos isso de desenvolvimento simultâneo de produto e processo. Esses dois elementos, porém, só se juntam na obra de maneira eficiente com mais um componente fundamental: a gestão. Tudo tem de ser muito bem planejado e coordenado: pessoas, materiais, equipamentos, informações e recursos financeiros.”

O problema ainda é grande, mas admiramos esses trabalhos que nos inspiram e trazem a evidência de que estamos no caminho certo, cuidando da gestão de processos e pessoas, e garantindo um planejamento que atenda qualidade e tempo na obra.

Fontes:

Coluna de Flávio Picchi para Época Negócios

Coluna de Felipe Zmoginski para Blogosfera

Startse por João Ortega